UM REI E O ZÉ (Alexandre Kumpinski / Ian Ramil)
Um rei me disse que quem deixa ir tem pra sempre.
E me contou que só foi rei porque pensava assim
tão diferente.
E eu, que andava assim tão zé,
deixei que tudo fosse e decidi olhar pra frente,
mas não vi nada.
E o rei me disse:
“A pressa esconde o que já é evidente.
Foi do meu lado que eu achei o que me fez assim
tão diferente.”
E eu, que corria assim tão zé,
deixei que tudo fosse e decidi mudar de frente,
mas não vi nada.
Não leve a mal,
eu só queria poder ter outra filosofia,
mas não nasci pra conversar com rei.
(La banda brasileña Apanhador Só. Gracias Martín Barcoalto)
No somos más príncipes de nada (por suerte)
1 Comentarios:
"Um velho cego certa vez me disse para eu me fiar na solidão. Que ela instrui os sentidos. Que há mais filosofia numa sola de sapato que num livro, que um armário sabe mais histórias que um museu. Então me veio essa de construir um parque de diversões onde a única coisa a tocar fosse Apanhador Só. Quando o parque vai ficar pronto? Talvez no dia de não-sei-eu-quando, pois que a experiência demonstra: tudo que é cheio de nove-horas envolve muito balangandã e dor nas costas. Mas demore o que demorar, eu espero, só para poder colocar lá dentro todos os serezinhos dessa mitologia muito da singular que a Apanhador inventa, essa ciranda de padeiros e teoria da relatividade, café solúvel batido sem açúcar, reis conselheiros, garrafas quebradas e histórias de pescador, como um coral de caipiras num picadeiro lamentando um amor perdido, ao som das trombetas plásticas que vêm de brinde nos sorvetes de maria-mole. É assim que vai ser, e eu já enxergo a fila no portão. Propus sociedade ao velho, mas ele me mandou catar coquinhos. Prefere trabalhar na bilheteria. O primeiro disco da Apanhador Só é o parque de diversões da minha solidão."
– Diego Grando
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